Sobre Lúcio Cardim

Nascia em 07 de Junho de 1932 na Santa Casa de Misericórdia, na cidade de Santos-SP, uma criança que recebia o nome de Lucio Cardim Filho, onde mais tarde usaria apenas o pseudônimo de seu pai “Lucio Cardim”. Filho de uma dona de casa e um funcionário público (Cipriana Olga Braga e Lucio Cardim), era o caçula dos irmãos (Ady, Ilsa, Diorama, Chislon, e Lucinho) Lucinho ouviu por toda sua infância e adolescência, o rádio de ondas curtas da família, onde as músicas vinham direto das rádios paraguaias, e também, dava as últimas notícias da 2ª guerra mundial. Sua maior escola musical foi ouvindo guaranias e tangos, naquele então rádio de válvulas.

Já aos 14 anos pertencia a um trio onde tocava gaita, formado por Lucio, Fredí e mais um amigo, mas seu maior desejo e objetivo era de fato ser cantor, pois as vozes que vinham do rádio o fascinavam. Aos 15 e 16 anos, alem de tocar gaita, também cantava, mas não havia ainda aprendido a tocar violão. Participava do programa: Dindinha Sinhá e sempre se inscrevia nos concursos da Rádio Atlântica e da Rádio Clube, ambas de Santos. Ficava entre os primeiros colocados, mesmo concorrendo com os adultos.

Teve suas primeiras composições gravadas em 1959. Nesse ano, Oscar Ferreira gravou na Odeon o samba-canção “A voz da razão”, com Alberto Roy. Em 1960 teve gravadas as guarânias “Teu amor é minha vida”, parceria com Alberto Roy, por Wison Miranda e “Você no meu pensamento”, parceria com Mário Zan, por Valdemar Roberto, ambas na Chantecler. Em 1961 o cantor Renato Guimarães gravou a guarânia “Teus olhinhos” e no ano seguinte, o samba canção “Deus perdoa”. Ainda em 1961 teve o samba canção “Juízo final”, gravado por Antônio Martins e o bolero “Sigas sorrindo”, parceria com Paulo Augusto gravado por José Lopes. Em 1963, o cantor José Haroldo gravou os boleros “Pergunte a Deus”, da parceria dos dois, com declamação de Muybo Cury, e Olavo Ferreira gravou a guarânia “Tua felicidade” e o bolero “Quem perde ganha”, parcerias com Edson Nenartavis. Em 1964, conheceu seu grande sucesso como compositor, o samba-canção “Matriz e filial”, gravada por Jamelão e regravada pela cantora Simone na década de 1970, que passou a incorporá-la a seu repertório permanente em shows. Em 1973, Isaura Garcia gravou o samba-canção “O bicão” em LP Continental. Em 1974, suas músicas “Complicou-se” e “Imantação”, parcerias com Antônio Moreno foram gravadas por Jamelão que no ano anterior já havia gravado “Adverso” e “Primeira via”, com Jony Santos.

Em 1977, teve quatro composições gravadas por Jamelão no LP “Folha morta”: “Foi feitiço”, com Antônio Bruno; “Pergunte a Deus”, com Haroldo José; “Deus perdoa” e “Ela é assim” . Em 1978 lançou seu primeiro e único LP, “Obra prima”, que recebeu calorosa crônica de José Ramos Tinhorão no Jornal do Brasil, com destaque para as músicas “Ela sorri”, “Tiro minha vida”, “Primeira via” e “Somos a mesma canção”.

Em 1980, teve a música “Resolvido”, com Antônio Bruno gravada por Jamelão no LP “Jamelão” lançado pela Continental. Em 1987, o samba-canção “Matriz ou filial” foi relançado no LP “Isaura Garcia – Documento inédito” da Continental.

Em 1992, o samba-canção “Matriz ou filial” recebeu mais uma regravação na voz de Núbia Lafayette no LP “Brasil sentimental”, da Sony Music. Em 1994, teve as músicas “Letra do envelope”, com Cândido Idalírio dos Santos; “Ressaca” e “Proposta” gravadas por Jamelão no disco “Minhas andanças”, da RGE.